sábado, 22 de maio de 2010

Artigos sobre educação


É com imensa felicidade que publico os artigos feitos por minhas alunas.
Me sinto feliz em ter participado desse processo de crescimento
Que Deus ilumine a caminhada de vocês e dê asas cada vez maiores para alçarem vôos mais longos!
Isa Croesy

Métodos de alfabetização nas séries iniciais


METÓTOS DE ALFABETIZAÇÃO NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Lindinalva Couto da Silva

Marinez Menezes da Silva



RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo relatar algumas das teorias vigentes no processo de alfabetização, bem como, analisar a posição e a metodologia na prática-docente nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Nesse artigo será apresentada uma revisão das abordagens referentes à alfabetização e uma discussão das novas concepções de alfabetização. De acordo com as teorias que serão apresentadas, a alfabetização, vem sendo objeto de estudo e pesquisas pelos diversos profissionais envolvidos na questão da educação, assumindo como um processo complexo. Em seguida será relatada brevemente a história da alfabetização e as metodologias que surgiram e se desenvolveram em conjunto com as novas formas de organização da sociedade. Cada metodologia considerou a perspectiva da educação vigorada para a época. E, para concluir, será apresentado as considerações finais, destacando que os métodos citados e os conceitos de alfabetização vieram atender as necessidades desse período.



Palavras-chave: Alfabetização. Métodos. Prática-docente.

INTRODUÇÃO



Esse artigo foi baseado numa pesquisa bibliográfica, a qual discute algumas teorias que nortearam o processo de alfabetização, e as novas concepções vigentes hoje. É mister que o alfabetizador deva ter um bom conhecimento teórico, afim de que norteie sua condução das práticas de alfabetização em sala de aula. Olhar com outros olhos para a alfabetização consiste em sermos professores bem preparados, observando a real necessidade de seus educandos, propiciando-lhes meios para poderem exercer de maneira digna sua cidadania. Segundo as teorias, a seguir apresentadas, a alfabetização é um grande desafio para o professor. Nas últimas décadas está sendo objeto de estudo e pesquisas pelos professores, psicólogos, lingüistas e pedagogos que vêem a alfabetização como um processo complexo que vai muito além de um processo mecânico. O conceito de alfabetização muda com o passar do tempo, a cada período da história surge uma nova concepção para atender a um determinado paradigma educacional. Hoje, com a busca de novos paradigmas, várias tendências influenciam as práticas pedagógicas dos professores. Dessa forma, o alfabetizador deve possuir uma boa bagagem teórica para poder adequar o melhor método às necessidades de seus alunos.





DESENVOLVIMENTO



A história da alfabetização: refletindo sobre seus métodos



Sabemos através de registros históricos que a invenção da escrita surgiu da necessidade dos homens se comunicarem uns com os outros. Mas a criação de um sistema de escrita levou junto a preocupação em decifrar e entender o código. A essa decifração e leitura é que chamamos de alfabetização. Assim, a alfabetização nasceu junto com a invenção da escrita. Não adiantaria criar símbolos para registrar ou comunicar algo, era necessário ensinar como decifrar esses símbolos.

Na antiguidade, as pessoas aprendiam a decodificar esses códigos de uma forma natural, não era necessário ir à escola para aprendê-lo. Segundo CAGLIARI (1998: p. 15) “a curiosidade, certamente, levava muita gente a aprender a ler para lidar com negócios, comércios e até mesmo para ler obras religiosas ou obter informações culturais da época”.

Nessa época, a alfabetização não era ainda tarefa da escola. Quem sabia ler ensinava os outros. As crianças eram instruídas pelos pais ou por alguém que era contratado pela família para atender a essa tarefa. Após a transição da economia agrária para o urbano industrial, em especial no surgimento das indústrias, a aprendizagem da leitura e da escrita tomou outras perspectivas. O uso da escrita na sociedade cresceu consideravelmente com a produção de livros com a invenção das máquinas. Após as revoluções Industrial e Francesa a alfabetização se tornou algo essencial para a vida do homem. Além disso, era necessário alfabetizar os operários e seus filhos para terem mão de obra qualificada.

Nesse sentido, NUCCI (2001: p. 49) ressalta que “com as mudanças políticas, sociais e econômicas, decorrentes das revoluções Industrial e Francesa, as pessoas começaram a sentir cada vez mais o poder da comunicação por meio da palavra escrita”.

Diante dessa nova realidade, a escola toma a responsabilidade à educação do ensinar a ler e a escrever para as crianças. Começava a aparecer os métodos como forma de ensinar as crianças a lerem. Porém, a alta sociedade freqüentava a escola, enquanto a maioria do povo pobre ocupava o seu tempo com o trabalho braçal para poderem sobreviver.

Os métodos se consolidaram e se desenvolveram juntamente com as novas formas de organização da sociedade. Cada método veio atender uma nova perspectiva da educação vigente na época. Dessa forma, quando estudamos e analisamos os métodos de alfabetização devemos estudar em que momento da história ele aconteceu e em qual perspectiva ele veio atender.



O método tradicional



No paradigma educacional até os anos 80, aparecem três métodos diferentes de alfabetização para orientar os professores, são eles: sintético, analítico e o misto.

Os métodos sintéticos seguem a marcha que vai das partes para o todo, ou seja, primeiro a criança internaliza as unidades menores (fonemas), para depois gradativamente chegar às unidades maiores. Os métodos sintéticos se dividem em: alfabético, fônico o e silábico.

O método alfabético partia da decoração oral das letras do alfabeto, em seguida suas combinações silábicas e depois o texto; O método fônico começa se ensinando a forma e o som das vogais, depois as consoantes e as relações cada vez mais complexas; O método silábico tem como a principal unidade a ser analisada pelos alunos a sílaba. Os métodos silábicos se apresentam nas cartilhas por meio de “palavras-chaves”, utilizando apenas para apresentar as silabas.

O segundo grupo de métodos, os analíticos partem do todo (palavras – chaves) para as unidades menores (sílaba). Os métodos analíticos se dividem em: palavração, setenciação e método global.

No método da palavração, as palavras são apresentadas em agrupamentos e os alunos aprendem a reconhecê-las pela visualização, configurando graficamente a palavra; No método da setenciação a estratégia usada pelo professor é comparar palavras e isolar elementos conhecidos nelas, para ler e escrever outras palavras; O método global parte do reconhecimento global de um texto, no qual o aluno precisaria memorizar um texto durante um período, para depois reconhecer as sentenças.

O método de alfabetização misto é uma mistura do sintético e do analítico. Através dele, o aluno analisa e compreende textos e frases, reúne sílabas para formar palavras e, ao mesmo tempo, agrupa palavras e forma frases.

Os métodos sintéticos, analítico e misto são chamados também, de métodos

tradicionais ou cartilhescos, os quais consistiam apenas em cópias, ditados, listas e mais listas e exercícios do tipo siga o modelo. Assim, quando o professor solicitava aos alunos que lessem o alfabeto (todos liam) e ao pedir para escreverem ou formar uma palavra, esses não sabiam. Percebe-se aí, que o (re) conhecimento das letras que formavam as famílias silábicas eram “decoradas” na sua ordem.

A concepção do ato de alfabetizar, vigente nesta época, resumia-se apenas na aquisição da língua escrita como a transcrição de sinais sonoros. Ou seja, o ato de ler era a mera decodificação dos sinais. A habilidade de aprender a escrita era adquirida mediante treinamentos, repetições e imitações de modelos. O trabalho era de forma mecânica, sem contextualização nenhuma com a realidade da criança. Assim, a atividade cultural da escrita e da leitura perdia sua relevância em relação à vida.

O que parecia ser um caminho fácil para alfabetizar as crianças se tornou desastroso. A criança era tomada como um ser passivo, neste processo o professor depositava os conhecimentos para estas. Não havia espaço para o erro, ao errar a criança demonstrava não estar preparada para seguir adiante. Os alunos mostravam-se incapazes de seguir o processo escolar, a média de reprovação aumentou e a evasão escolar foi assustadora.

Os métodos não eram os culpados, pois os professores seguiam exatamente as instruções para aplicá-los aos alunos, com certeza o problema estava no aluno. Esse pensamento seguiu por muitos anos ainda, até vários estudos detectarem o que havia de errado com a alfabetização no ambiente escolar.

O fracasso da alfabetização não se dá por causa dos métodos e sim da pouca preparação e formação dos professores em adequar o melhor método às necessidades dos alunos. Assim, afirma CAGLIARI (1998: p. 33)

Como as escolas de formação de professores para o magistério, guiadas por estranhas idéias oriundas das faculdades de educação, não conseguem dar a formação necessária para os professores, os órgãos públicos encarregados da educação passaram a dar periodicamente “pacotes educacionais”, de acordo com os modismos da época. (...) os professores, atormentados com tantas mudanças, vítimas

da própria incompetência, foram experimentando todos os “pacotes”.



O construtivismo



A partir da década de 80, no cenário educacional brasileiro surge um novo paradigma educacional. Com os estudos de Emília Ferreiro e Ana Teberosky surge o construtivismo baseado nas teorias de Jean Piaget. Na concepção construtivista a criança é o foco central da aprendizagem, ou seja, é o sujeito agente no processo da aprendizagem. O professor se configurou apenas como um “espectador” ou um facilitador, o qual respeita os erros, mas acaba por não encaminhar o processo de aprendizagem dos alunos. Larocca e Saveli (2001: p. 203) criticam essa posição do professor no construtivismo afirmando que:

O grande problema que se configurou em nossa realidade foi o equívoco do “professor espectador” que, em nome do respeito ao erro, acaba por não encaminhar o processo de aprendizagem. Como se este só pudesse ocorrer pela livre descoberta, compreensão que gera uma prática pedagógica baseada num ensaio-e-erro quase interminável, exigindo que cada criança, para aprender, tenha sempre de reinventar a roda.

Na visão construtivista, a criança descobre situações de escrita simples e constrói hipóteses sobre elas, num certo momento essas hipóteses entram em conflito o que faz com que a criança progrida à mercê das suas próprias descobertas. “Nessa perspectiva, o sucesso ou fracasso da alfabetização relaciona-se com o estágio de compreensão da natureza simbólica da escrita em que se encontra a criança”. (SOARES, 2003: p. 19). Assim, por não apresentarem nenhum método, a questão do ensino ficou subestimada, pois vários professores interpretaram o construtivismo de várias formas. Em conseqüência, muitos educadores perderam focos importantes da alfabetização. O construtivismo representou um grande avanço em relação ao pensamento tradicional do ato de alfabetizar. Foi dado mais ênfase ao aluno e uma nova visão em analisar seus erros, do que antes era tudo centrado apenas no professor. Porém, várias pesquisas realizadas com alunos que terminavam o ensino primário constataram que estes sabiam ler e escrever, mas não conseguiam interpretar textos simples e tão pouco entender uma diversidade textual e não conseguiam escrever textos coerentes e significativos.

Compreendeu-se então, que o conceito de alfabetização estava restrito, era necessário ampliar esse conceito, pois a sociedade demandava outras perspectivas na aprendizagem das letras. Notou-se que o conceito de alfabetização ia muito além da habilidade em ler e escrever.



Teoria histórico-cultural e o letramento



A partir de 1985, chegam os estudos de Vygotsky no Brasil. Os pressupostos básicos da sua obra é que as origens superiores de comportamento consciente (pensamento, memória, atenção voluntária etc.) são o que diferenciam o homem dos outros animais, devem ser achadas nas relações sociais que o homem mantém. Vygotsky não via o homem como um ser passivo, e sim como um agente ativo, que age sobre o mundo, sempre em relações sociais, e transforma essas ações para que constituam o funcionamento de um plano interno.

Para Vygotsky o aprendizado da criança não começa na escola, muito antes dela entrar em contato com os saberes escolares, ela faz parte de um ciclo social e nela há uma história de aprendizagem prévia. Observa, também, que o professor é muito importante para o desenvolvimento do aluno, pois ele vai fazer a mediação entre o conhecimento e a criança.

Os estudos de Vygotsky tiveram grande importância para a alfabetização. Como o teórico apontava a linguagem como a condição mais importante para o desenvolvimento da criança, surgiu a necessidade em apresentar aos alunos uma aprendizagem mais significativa, buscando na vivência dos alunos subsídios para alfabetizá-los. Além disso, o processo da aquisição da leitura e da escrita deveria ser relacionado com o uso social da linguagem.

A alfabetização então foi assumida como um processo complexo e multidimensional. Deixou de ser apenas o domínio da leitura e da escrita, para mostrar o papel que a escrita tem enquanto prática social, ou seja, compreender a necessidade da leitura e da escrita no mundo social. Veja a seguir um conceito de alfabetização mais amplo, seguindo essa nova perspectiva. Define NILHAREZI (1987: p. 5)

(...) entende-se alfabetização como um fator de mudança de comportamento diante do universo, que possibilita ao homem integrar-se à sociedade de forma crítica e dinâmica, constitui uma das formas de promover o homem, tanto do ponto de vista social como individual.

Surge assim, o conceito de letramento defendido e estudado por Magda Soares. De acordo com NUCCI (2001, p. 55, Apud. SOARES, 1998, p.39), o termo letramento “é o resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita; o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como conseqüência de ter-se apropriado da escrita e de suas práticas sociais.”

Em outras palavras, o letramento significa promover atividades contextualizadas de forma que o aluno experimente situações diversificadas. É pertinente salientar que o professor reflexivo, alfabetiza letrando, pois consiste em um processo que ocorre concomitantemente, ou seja, são dois processos diferentes, porém, indissociáveis, um não precede o outro, ambos caminham simultaneamente.

A proposta de ensino defendida pelo letramento é enfocar atividades sociais de aprendizagem, ou seja, as práticas de alfabetização devem iniciar nas experiências sociais da criança para depois formalizar os conceitos. A base teórica do paradigma do letramento é a teoria histórico-cultural, através dos estudos de Vygotsky.

Hoje, ano de 2010, várias pesquisas pedagógicas na área da educação vêm mostrando que aos poucos os professores estão desenvolvendo uma nova prática. Estes estão se tornando mais críticos e reflexivos frente a sua posição de alfabetizadores, procuram observar a necessidade de alfabetização que seus alunos têm e qual paradigma educacional ela deve atender. Foram evidentes durante os estágios I, II, III e IV, que ensinar com êxito é ter o domínio de uma prática, de um saber fazer.

A investigação, relatada neste trabalho, foi realizada através de uma pesquisa bibliográfica. A escolha do tema da pesquisa surgiu das discussões sobre os métodos de alfabetização feitos em sala de aula, pela turma do último ano de Pedagogia da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), do qual fazemos parte.



CONCLUSÃO



O conceito de alfabetização sofreu expressivas alterações ao longo das últimas décadas. O que antes consistia apenas no domínio do código escrito, hoje essa perspectivas não atendem mais o paradigma emergente na educação e as grandes transformações sociais. Assim, podemos notar que a língua vive em constante mudança, e atrás dessa mudança novas maneiras de se alfabetizar surgem. Para isso, o alfabetizador deve ter sempre em mente a seguinte pergunta: alfabetizar para quê? Todos os métodos citados e os conceitos de alfabetização apresentados no trabalho devem ser analisados dentro de um contexto social da época, os quais vieram atender as necessidades desse período. Todos tiveram seus pontos fracos e fortes.

Hoje, com a busca de novos paradigmas educacionais, várias tendências influenciam as práticas pedagógicas dos professores. Dessa forma, o alfabetizador deve ter um bom conhecimento teórico, que norteie a sua condução das práticas de alfabetização em sala de aula. Precisamos olhar com outros olhos para a alfabetização. Professores bem preparados, os quais olhem para a necessidade de seus alunos, dando a eles instrumentos para poderem exercer dignamente a sua cidadania. Vemos a concepção de alfabetização de uma forma política, a qual controla e disciplina a classe operária para a atividade industrial. Por trás desse paradigma, há ideologias com o objetivo de controlar a classe de trabalhadores. Para que isso seja suprimido, os professores deverão libertar-se dos velhos programas de métodos da alfabetização e encarar o ensino da leitura e da escrita num ato crítico. Não é através de exercícios mecânicos que as crianças se tornarão cidadãos reflexivos do seu papel como agente construtor e transformador de sua história, mas sim com atividades relacionadas ao seu cotidiano, que tragam subsídios para atender esse novo olhar que o homem precisa ter sobre a sociedade e o mundo que o cerca.



REFERÊNCIAS



CAGLIARI, L.C. Alfabetizando sem o bá-bé-bi-bó-bu. São Paulo: Scipione, 1998.



CAGLIARI, Luis Carlos. A respeito de alguns fatos do ensino e da aprendizagem pelas crianças na alfabetização. In: ROJO, Roxane (Org.). Alfabetização e letramento: perspectivas lingüísticas. Campinas, SP: Mercado das letras.



KATO, Mary. (org.) A concepção da escrita pela criança. Campinas: Pontes, 1988.



LAROCA, P; SAVELI, E.L. Psicologia e alfabetização: Retratos da psicologia nos

movimentos de alfabetização. In: LEITE, S.A.S. Alfabetização e letramento: Contribuições para as Práticas Pedagógicas Alfabetização e letramento. São Paulo: Komedi, 2001.



NILHAREZI. M. J. O ensino da leitura e da escrita na fase inicial da escolarização. São

Paulo: EPU, 1987.



NUCCI, E. P. di. Alfabetizar letrando: Um desafio para o professor. In: LEITE, S.A.S.

Alfabetização e letramento: Contribuições para as Práticas Pedagógicas. São Paulo:

Komedi, 2001.



SOARES, M. Alfabetização e letramento. São Paulo: Contexto, 2003.

Incentivo à leitura como forma de desenvolvimento nas séries iniciais


INCENTIVO À LEITURA COMO FORMA DE DESENVOLVIMENTO NAS SÉRIES INICIAIS

Eliana Nascimento Silva

Luciene Vieira Alves



INTRODUÇÃO

Este estudo tem como base uma linha de pesquisa, que é caracterizada como pesquisa bibliográfica que se conceitua como um estudo teórico que abrange determinantemente a leitura, fazendo assim análise e interpretação de livros, textos legais manuscritos, fotos e todos uns esboços dentro das mais variáveis fundamentações citadas de natureza científica. Sendo que, boa parte dos estudos exploratórios tem a definição de pesquisa bibliográfica que são na verdade em grande número.

Nesta perspectiva, este trabalho abordará a temática Leitura. Com efeito, saber ler é uma exigência da sociedade moderna. Ler é ampliar horizontes, é o caminho do pensamento, da reflexão, da busca constante do saber. É interagir com o mundo, abrindo possibilidades.

Ler é uma condição indispensável para que o indivíduo participe de forma efetiva na construção da sociedade e de si mesmo, enquanto homem na sua totalidade. Entendido que lendo se constitui um trabalho reflexivo, crítico e autocrítico.

Se a descrição e explicação do processo de ler envolvem tantas abordagens, é de se esperar que haja uma quantidade proporcional de teorias ou concepções sobre sua aprendizagem. O que torna difícil para não dizer impossível, definir uma política geral de ensino de leitura que leve em contas todas ou uma boa parte dessas concepções.

Assim, o interesse pelo tema incentivo à leitura surgiu devido a constantes discussões sobre a problemática da leitura no âmbito escolar, como também pelo fato de atuarmos na área educacional, vivenciando as dificuldades no desenvolvimento do trabalho da promoção da leitura em sala de aula. Entendemos que a leitura se constitui um instrumento relevante para o acesso ao conhecimento e para formação de indivíduos capazes de realizar uma análise crítica do seu cotidiano, levando-os a uma participação social mais coerente com a consciência dos seus direitos e deveres.

A relevância desse estudo consiste na possibilidade de que a partir da discussão do tema os profissionais da educação possam refletir sobre esta temática atuando junto ao alunado favorecendo assim maiores buscas de Leitura e aproveitamento dentro da sala de aula.



FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A leitura na escola é algo muito importante, a qual os educadores devem estar cientes que a partir do momento em que a criança se insere no processo escolar devem desenvolver a capacidade e o gosto pela leitura entre os alunos. Pode-se dizer que a leitura faz-se importante na vida de todos os cidadãos, uma vez que por meio desta ferramenta é possível desenvolver o pensamento crítico e criativo perante a sociedade.

Sua grandiosidade não deve ser compreendida somente com a alfabetização, mas também como uma leitura que permite a interpretação, a compreensão daquilo que se lê (LERNER, 2006).

Sendo assim, é preciso oferecer às crianças a oportunidade de leitura de forma convidativa e prazerosa. É nesse sentido que o incentivo a leitura desempenha um importante papel, isto é, conduzir as crianças ao mundo novo e desconhecido (KLEIMAN, 2004).

Há muito tempo à capacidade de ler é reconhecida como essencial à realização pessoal, e assim aceitamos cada vez mais a permissa de que o progresso social e econômico de um país depende em grande parte ao acesso que tem seu povo aos conhecimentos indispensáveis transmitidos pela palavra impressa.

Podemos perceber que atualmente a importância de ler é bastante divulgada e incentivada. É consenso que acompanhamos inúmeras transformações no campo da leitura, no entanto estas mudanças acontecem na direção necessária? Ou temos renunciado ao nosso passado e ao nosso futuro? Estes questionamentos são relevantes na medida em que compreendemos que:



Ler é, em última instância, não só uma ponte para a tomada de consciência, mas também um modo de existir no qual o indivíduo compreende e interpreta a expressão registrada pela escrita e passa a compreender-se no mundo (SILVA, 1996, p. 45).



Segundo Bamberger (1995) um exame de variação dos hábitos de leitura entre uma nação e outra demonstra que o lugar ocupado pelos livros numa escola de valores dos responsáveis pela sua promoção é de primeira importância: todas as autoridades do Estado, da comunidade e da escola, todos os pais e pedagogos terão de estar seriamente convencidos da importância da leitura e dos livros para a vida individual, social e cultural se quiserem fazer por melhorar a situação. Em seguida, a mesma convicção deve ser transmitida aos alunos sobre leitura, de modo apropriado à fase do seu desenvolvimento.

É interessante considerar o que diz Silva (1996), quando discute sobre a função social da leitura:



Na sociedade brasileira, constituída da classe com interesses antagônicos, a leitura se apresenta como uma questão de privilégio e não de direito de toda a população; por isso mesmo, a classe dirigente, através de diferentes manobras políticas, não só bloqueia o acesso aos livros como também distorce e fragmenta o conteúdo das obras de modo que a gênese dos fatos do real não seja descoberta através da leitura (p. 15).



Sabemos que é através da leitura que se tem acesso à cidadania; à orientação para um entendimento mais profundo da vida em sociedade; à construção de uma personalidade mais crítica e, portanto, mais livre. Em outras palavras como diz Lajolo (1994), lê-se “para entender o mundo, para viver melhor” (p. 07). Diante disso percebemos que a leitura reveste-se de um caráter formativo e de um caráter instrumental, ou seja, ela serve para nos aprimorarmos enquanto pessoa e nos serve também como instrumento para melhorar o nosso desempenho em inúmeras atividades que realizamos na nossa vida social, acadêmica e profissional.

A prática de leitura escolar não deve surgir casualmente, mas de uma ação devidamente planejada onde estejam reunidas no seu projeto de exercício as necessidades, as inquietações e os desejos dos alunos leitores. O simples ato de exigir que o aluno leia, não envolve o mesmo de forma significativa e democrática nas situações de leitura. Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (1997) enfocam que:



Para tornar os alunos bons leitores para desenvolver muito mais do que a capacidade de ler, o gosto e o compromisso com a leitura, a escola terá de mobilizá-los internamente, pois aprender a ler (e também ler para aprender) requer esforço. Precisará fazê-los achar que a leitura é algo interessante e desafiador, algo que se conquistado plenamente, dará autonomia e independência. Precisará torná-los confiantes, condição para poderem se desafiar a aprender fazendo. Uma prática de leitura que não desperte e cultive o desejo de ler é uma prática pedagógica eficiente (p. 58).

Segundo Aguiar e Bordini (1993):

[...] a leitura pressupõe a participação ativa do leitor na constituição dos sentidos linguísticos. Embora as palavras sejam explicadas no dicionário, nunca exprimem um único significado quando integram uma frase de um texto determinado. A tarefa de leitura consiste em escolher o significado mais apropriado para as palavras num conjunto limitado. Vilém Flusser, pesquisando a etimologia do verbo ler, observa que vem do latim legere, “que significa o gesto de catar (picar grãos, como galinhas o executam). O que, por certo, impõe a questão do critério que rege tal escolha de grãos amontoados (...). De modo que ler significa escolha aleatória de elementos tirados um por um do seu contexto; os elementos do tipo “letra” ou cifra não passam de casos específicos do ato genérico de leitura” (p. 56).



Aguiar e Bordini (1993) confirmam que a formação escolar do leitor passa pelo crivo da cultura em que este se enquadra. Se a escola não efetua o vínculo entre a cultura grupal ou de classe e o texto ao ser lido, o aluno não se reconhece na obra, porque a realidade representada não lhe diz respeito. Mesmo diante de qualquer texto que a escola lhe proponha como meio de acesso a conhecimentos que ele não possui no seu ambiente cultural, há a necessidade de que as informações textuais possam ser referidas a um background cujas raízes estejam nesse ambiente. Portanto, a preparação para o ato de ler não é apenas visual-motora, mas requer uma contínua expansão das demarcações culturais da criança e do jovem.



METODOLOGIA

Vários são os caminhos para refletir-se sobre a produção de um conhecimento de uma determinada área. Neste estudo, a opção foi por uma revisão bibliográfica, realizada a partir de uma abordagem de pesquisa exploratória. Esta abrange a leitura, análise e interpretação de várias obras, sejam elas: livros, periódicos, resumos, teses, dissertações etc.

E neste sentido, diz bem Gil:



[...] As fontes bibliográficas mais conhecidas são os livros de leitura corrente. No entanto, existem muitas outras fontes de interesse para a pesquisa bibliográfica, tais como: obras de referência, teses e dissertações, periódicos científicos, anais de encontros científicos e periódicos de indexação e de resumo (2002, p. 83).



Assim, em termos de tipo de fonte de pesquisa, trabalharam-se com artigos científicos, obras literárias, estudos monográficos e periódicos.

O acesso aos artigos e periódicos foi através de bibliotecas virtuais, enquanto que, as obras literárias e os estudos monográficos foram através de bibliotecas locais.

Após a busca de fontes, foi feito um levantamento bibliográfico preliminar, entendido como um estudo exploratório que possibilitou a delimitação da área de estudo.

Em seguida, fez-se a leitura do material e a partir daí, realizou-se uma reflexão crítica acerca dos assuntos estudados de forma que foi possível identificar diferentes abordagens teóricas entre os autores.

Logo depois, procedeu-se a organização lógica do assunto, que consiste na organização de idéias, visando responder aos objetivos propostos. Buscou-se estabelecer um diálogo entre as temáticas encontradas e o acervo literário que serviu de base para a construção da redação do texto, fundamentando e sustentando os pilares do presente estudo.



RESULTADOS E DISCUSSÃO

Será utilizada como técnica a análise e discussão que se refere a arte de interpretar os textos.

Na revisão bibliográfica foram expressas nas palavras dos autores sobre o incentivo à leitura, as variadas contextualizações LERNER, 2006 e KLEIMAN, 2004 investigaram os efeitos da aprendizagem da leitura, antes de a criança iniciar a primeira série.

Silva (1996) ressalta que ler é em última instância, não só uma ponte para tomada de consciência, mas também como o indivíduo interpreta a expressão registrada pela escrita e passa a compreender-se no mundo.

Mas Bamberger (1995) sugere que todas as autoridades do Estado, da comunidade e da escola, pais e pedagogos terão de estar seriamente convencidos da importância da leitura e dos livros para a vida individual, social e cultural se quiserem fazer por melhorar a situação.

Concordo quando diz Lajolo (1994): ler-se para entender o mundo, para viver melhor. Dentro destas palavras condiciono que a partir daí existe uma condição indispensável para que o indivíduo participe de forma efetiva na construção da sociedade e de si mesmo.

Dito nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (1997), que para tornar alunos bons leitores a escola terá de mobilizá-los internamente, pois aprender a ler, requer esforço, fazendo o aluno achar que a leitura é algo interessante e desafiador, pois algo que é conquistado plenamente dará autonomia e independência.

Já nas palavras de Aguiar e Bordini (1993), a leitura pressupõe a participação ativa do leitor na constituição dos sentidos lingüísticos. E afirmam que a formação escolar do leitor passa pelo crivo da leitura em que este se enquadra.





CONCLUSÃO

Um dos fatores que marcam o processo de formação universitária, é o fato de que o indivíduo que inicia, jamais será o mesmo que chegará ao final do processo. As experiências e os conhecimentos construídos ao longo do curso formam um conjunto de procedimentos que promoverão profundas mudanças no modo de ver o mundo, neste caso específico, de conceber a educação, o processo ensino/aprendizagem e as relações estabelecidas entre os diversos atores da cena pedagógica.

No decorrer destas atividades, as experiências vivenciadas na prática, fundamentadas por concepções teóricas adquiridas possibilitam perceber o modo como a escola pensa a educação e as tendências pedagógicas presentes na prática, através dos comportamentos e das ações metodológicas desenvolvidas. Isso reforça a idéia de que estas ações não são neutras, mais fortemente carregadas de ideologia e de um posicionamento político-pedagógico frente às situações. Ou seja, ao agir, o educador estará colocando na prática, implícita ou explicitamente estas idéias.

Ao fazer uma análise dos processos didáticos desenvolvidos chegamos à conclusão, por melhores tendências que tenham os conhecimentos teóricos que o aluno desenvolve durante os estudos mostram-se muitas vezes insuficentes para dar conta de fornecer todas as respostas às inquietações, e se apresentam na sua atuação prática. Essas informações: nesse sentido, precisam ser relaboradas constantimente pelo indivíduo, para se adequar às novas situações, vem a confirmar uma idéia amplamente defedida ao longo dos estudos acadêmicos, é a da necessidade de formação contínua do educador, orietada pelo processo de pesquisa da prática docente, no qual o educador procura conhecer com profundidade o contexto em que está inserido e desta forma refletir sobre o papel que desempenhará neste processo, não se atendo desta forma, simplesmente a seguir roteiros previamente estabelecidos.



REFERÊNCIAS

AGUIAR, V. T.; BORDINI, M. G. Literatura: a formação do leitor: alternativas metodológicas. 2. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.



BAMBERGER, R. Como incentivar o hábito de leitura. São Paulo: Ática, 1995.



GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa.4.ed. São Paulo: Atlas, 2002.



KLEIMAN, A. Oficina de leitura: teoria e prática. 10. ed. Campinas, SP: Pontes, 2004. 102p.



LAJOLO, Marisa. 1994. Do Mundo da Leitura para a Leitura do Mundo: Editora Ática.



LERNER, D. É preciso dar sentido a leitura. Nova Escola: a revista de quem educa. São Paulo, ed. 21, n. 195, set. 2006, p. 13-4.



Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa, Brasília, Secretaria de Educação Fundamental, 1997.



SILVA, Ezequiel Teodoro da, 1948. O ato de ler: Fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia da leitura. 7 ed.- São Paulo: Cortez, 1996.

A leitura na educação infantil

A LEITURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL




Jivanilda Brito Silva

Luciana da Silva Menezes



RESUMO

O presente artigo tem como objeto de estudo a leitura e a sua importância na educação infantil. O mesmo apresenta algumas considerações sobre o papel da escola e da família na leitura para as crianças. Visto que, educar é uma tarefa que exige muita responsabilidade. Nos primeiros anos de vida de uma criança, para uma boa formação é fundamental que a criança seja estimulada a ler. O contato com os livros deve ser iniciado o mais cedo possível, não só pelo manuseio, como também pela história contada, pela conversa ou no sentido de fazer amar a leitura, para que o aluno se sinta o protagonista do seu aprendizado. Atualmente, um dos grandes desafios enfrentados na área da educação infantil é o de conseguir adaptar a sala de aula numa prática pedagógica que atenda às necessidades das crianças que já estão "vivendo" o processo de aquisição de leitura e escrita.

Palavras-chave: Educar, Educação Infantil e leitura.



INTRODUÇÃO

A leitura é fundamental para a inserção do ser humano na sociedade atual. O ato de ler pode fornecer ao leitor o acesso às informações, à ampliação do vocabulário, o desenvolvimento da criticidade e o interesse na busca pelo conhecimento sobre assuntos variados que, além de instigar o leitor a pensar criticamente diversas questões, pode impulsionar suas relações sociais. Para a criança, o processo de aprendizagem da leitura precisa ter significado, para que ela possa se interessar pelo que está aprendendo. As crianças passam a prestar atenção à leitura das palavras quando estas começam a fazer sentido no texto, o que foi possível observar e comprovar nos estágios que realizamos no curso de Pedagogia. A leitura é, portanto, um problema de todos, passa pela família, pela escola, pela biblioteca, pela comunidade e pela sociedade, não pode ser considerada um presente do Estado, posto que seja um direito de todos os cidadãos (BRASIL, 1998). A leitura possibilita a compreensão do mundo, a comunicação com os outros, a formação pessoal e profissional, o questionamento de idéias, momentos de lazer e prazer, de estímulo à imaginação ampliando assim nossos conhecimentos de mundo. É na escola que a criança tem mais contato com a leitura e com a escrita; desse modo, a escola precisa assumir essa responsabilidade, priorizando o ensino da leitura, bem como da escrita (KLEIMAN, 2004). A Infância é o momento em que as crianças estão mais propícias a desenvolver hábitos que serão seguidos futuramente, por isso consideramos que seja essencial estimular as crianças a gostarem de ler desde bem pequenas. É necessário mostrar às crianças que o ato de ler além de poder ser usado como obtenção de informações pode ser muito prazeroso, fantástico e lúdico. A leitura é uma atividade indispensável para a formação do indivíduo, é fonte de informação, de conhecimento e de aprendizado, além de ser uma atividade fundamental na formação cultural das pessoas, de lazer, benéfica à saúde mental e de promoção das descobertas no mundo.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

“Com as palavras não aprendemos senão palavras; antes, o som e o ruído das palavras, porque, se o que não é sinal não pode ser palavra, não sei também como possa ser palavra, aquilo que ouvi pronunciado como palavra enquanto não lhe conhecer o significado. Só depois de conhecer as coisas se consegue, portanto, o conhecimento completo das palavras.”

(Sto. Agostinho: De Magistro)

O processo de leitura é obtido através da interação com o meio, pois é sabido que existe a leitura do mundo e as leituras decodificadas, ambas importantes, pois o individuo pode despertar o hábito pela leitura através da vivencia, da interação, imaginação e fantasia presenciado-a no dia-a-dia. O aluno leitor praticamente não fica preso apenas a um tipo de leitura e sim a todas, o que faz com que se destaque positivamente, ampliando os seus horizontes e levando-os a se questionar, contestar e procurar as respostas dos seus porquês. Enfim, essa prática informa e transforma nossos alunos em cidadãos com capacidade de pensar, de fazer do nosso país uma grande nação, tornando-os capazes de tomar grandes decisões. Além de proporcionar na formação de escritores, pois a possibilidade de produzir textos eficazes tem a sua origem na prática de leitura, espaço de construção de intertextualidade e fonte de referências modalizadoras. Através da linguagem simbólica, a literatura infantil pode influenciar na formação da criança, que passa a conhecer o mundo em que vive de maneira a compreender: o bem e o mal, o certo e o errado, o belo e o feito, amor e raiva, a dor e o alivio, entre outros. Por isso, aos poucos, a criança compreende o mundo adulto do qual faz parte. Assim como destaca GOES (1990, p. 16)

“A leitura para a criança não é, como às vezes se ouve, meio de evasão ou apenas compensação”. É um modo de representação do real. Através de um "fingimento", o leitor re-age, re-avalia, experimenta as próprias emoções e reações.

A literatura infantil cumpre, hoje, a responsabilidade de entreter e divertir e, principalmente formar na criança uma consciência de mundo. A leitura é uma forma de recreação muito importante para a criança, principalmente para o seu desenvolvimento intelectual, psicológico e afetivo. Esta desempenha papel fundamental na vida da criança, pela riqueza de motivações, sugestões e de recursos que oferece ao seu desenvolvimento. A leitura infantil é um dos fatores para que a criança consiga buscar a sua realização, fazendo com que as novas gerações criem uma responsabilidade quanto às mudanças de seus hábitos, de maneira a que o hábito da leitura seja realizado desde os primeiros anos de idade, contribuindo em sua formação sob todos os aspectos.

“(...) O livro desempenha um papel importante na vida e na formação do ser humano, pois através dele nos tornamos mais sensíveis ao mundo e capazes de entender nossas próprias reações. O livro incrementa a missão de educar, pois fornece as crianças informações, lazer, cultura, propiciando ao leitor elaborar seu próprio conhecimento, enriquecer seu vocabulário, facilitar a escrita, agilizar o raciocínio e aguçar a imaginação. Assim, ao incentivarmos a leitura, estamos deflagrando um movimento para desenvolver pessoas críticas, participativas, criativas e preparadas para construir a nação do futuro.”

(www.cidadelivro.com.br)

Concomitantemente, os livros podem contar histórias que falam do dia-a-dia da criança ou de hábitos e situações, fazendo com que a criança passe a se identificar pouco a pouco. Falam também de sentimentos como amor, carinho, proteção, cuidado, inveja, raiva, ciúmes, medo, entre outros, ajudando a criança a compreender melhor as coisas que sente. Ler é muito mais que possuir um rico cabedal de estratégias e técnicas. Ler é, sobretudo, uma atividade prazerosa e quando se ensina a ler deve-se levar isso em conta. As crianças e os professores devem estar motivados para aprender e ensinar a ler. No entanto, pode-se dizer que rever as técnicas e analisar qual a melhor maneira de levar o aluno a ingressar no mundo da leitura de maneira prazerosa, é a metodologia que deve ser seguida no processo de ensino aprendizagem. Neste diapasão, convém que recorramos às palavras de Denise Fernandes Tavares:

“O sorriso, a alegria duma criança que lê, que ouve estórias, que brinca, compensa a luta que possamos ter, para que aquele sorriso e aquela alegria existam. E compensa, ainda, a sua certeza íntima que estamos abrindo novos horizontes e possibilidades para centenas de crianças, através da leitura. Estaremos ensinando quanto vale o livro; dando-lhes o hábito da leitura, fazendo-as amar o livro estaremos assimilando responsabilidades e cumprindo o nosso dever com as gerações que formarão os homens de amanhã.”

Por tanto, nos períodos dos Estágios Curriculares I, II e III foi promotor de muito conhecimento tanto para os alunos, quanto para nós, pois foi possível perceber na prática que não existe uma técnica certa para a leitura de livros para as crianças. O educador apenas precisa ter disposição para dar mais esta atenção a elas. Cada um descobre a sua própria maneira de explorar melhor a hora da leitura. Aos poucos, a criança vai perceber que também se beneficia do que vêm escutando.

É muito importante que o professor escolha livros que também a encantem, só assim o levará com entusiasmo para a criança. O desafio se encontra na necessidade da busca e implementação de mecanismos que propiciem a atração pela leitura na mais tenra idade, na fase da infância, em que a criança está descobrindo seu microcosmo, seu mundo, está despertando para a realidade subjacente e tentando participar desta realidade com suas novas fantasias e descobertas. Oportuno citar o que, já no século XVII, afirmava o filósofo John Locke: “(...) deve ser dado à criança algum livro fácil e agradável, adequado à sua capacidade, a fim de que o entretenimento que ela busca a motive e recompense.”

A Educação Infantil, motiva os jovens leitores através de uma mudança de concepção, ou seja, transformando a leitura como algo agradável, fonte não apenas de informação, mas principalmente de lazer. Faz-se mister que as escolas revejam as condições restritas impostas ao ensino da leitura. Entretanto mudar as condições de produção da leitura na escola não significa apenas alterar os instrumentos de sua codificação e decodificação, vai muito mais além: Conforme Paulo Freire (1997, p. 11):

“(...) o ato de ler não se esgota da decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo. A leitura do mundo precede a leitura da palavra (...) linguagem e realidade se prendem dinamicamente.”

A Escola, incumbida então da função de promover a formação do leitor, terá que rever as condições, muitas vezes restrita, a que impõe a leitura aos seus alunos.

A leitura infantil é um dos fatores básicos para a criança buscar a sua realização como pessoa humana, incumbindo às novas gerações uma grande responsabilidade quanto à mudança de concepção ideológica, de maneira a que o hábito da leitura seja propugnado desde a mais tenra idade, contribuindo em sua formação sob todos os aspectos.

Com base em nossos estudos, concordamos com Jolibert (1994), quando esta afirma que o papel do professor em sala de aula é o de proporcionar aos alunos, situações de leitura, estimular o senso crítico no aluno, elaborar com a turma materiais de leitura como fichários, dicionário alfabético entre outros, e ajudá-los a desenvolver o gosto pela leitura. O professor é responsável pelo estímulo do aluno, assim, se o professor em sala de aula lê narrativas, poesias, músicas, entre outros textos, utiliza-se destas leituras para estimular seus alunos, dando-lhes oportunidade para desenvolver o gosto pela leitura, reconhecendo a função social da leitura e da escrita na sociedade em que vive. Ou seja, a leitura, complementa Smolka (1989), é o ponto de partida para o processo de aprendizagem em que a pessoa amplia seu vocabulário, desenvolve a sua escrita e neste percurso, desenvolve o habito de ler.



CONCLUSÃO

Ao estudar a iniciação a leitura pela criança na Educação Infantil, percebemos o quanto é importante o papel mediador do professor, pois será de sua responsabilidade proporcionar aos alunos espaços adequados de leitura, transformando estes espaços em situações prazerosas de aprendizagem. Segundo Becker apud Maricato (2005, p. 26) “O professor que atua precisa tornar-se leitor porque as crianças aprendem a ler com os gestos de leitura do outro”. Para aproximar o aluno da leitura, faz-se necessário que o educador atribua à literatura uma finalidade prazerosa e não apenas cumprir obrigações na escola ou no trabalho, pois só assim será possível formar leitores para a vida toda. “É ao livro, à palavra escrita, que atribuímos a maior responsabilidade na formação da consciência de mundo das crianças e dos jovens” (COELHO, 2000). De acordo com o pensamento da autora, constatamos que desde a infância vamos assimilando a idéia de mundo, suas evoluções, ou seja, o caminho para o desenvolvimento é a palavra, iniciando na literatura infantil. É muito importante esta fase inicial, pois ela tem papel fundamental de transformação que é: a de iniciar um processo de formação de um novo leitor. É necessário considerar que os alunos são cidadãos que utilizam a leitura em sua prática social e ao utilizá-la percebem a relevância deste aprendizado para o cidadão conviver em uma sociedade que a utiliza cotidianamente. Esta atividade, portanto, não pode ser vista simplesmente como um mecanismo de leitura, que visa decifrar a palavra, sem que seu significado esteja presente, deixando de lado a verdadeira função da leitura que é de proporcionar uma aprendizagem que desenvolve habilidades de reflexão, expande conhecimentos e permite agir na sociedade de uma maneira intensa e direta. Por fim, ao longo dessas linhas busquemos inspirações, sobretudo, na crença e firme convicção como educadoras, de que o futuro está na educação, principalmente na Educação Infantil. E que o desfio do novo educador, daquele adequado ao mundo contemporâneo, está justamente em fazer frente às ideologias dominantes que insistem em práticas educativas tradicionais e descomprometidas com o objetivo máximo da educação, centro para onde deveriam convergir todos os interesses: o aluno.



REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Referencial Curricular para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF. Vol.1, 1998.

COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil, teoria, análise, didática. 1ª ed. – São Paulo. Moderna, 2000;

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. Em três artigos que se completam. 27 ed. São Paulo, Cortez. Autores Associados, 1997;

GÓES, Lucia Pimentel. A aventura da Literatura para crianças. São Paulo: Melhoramentos, 1990;

JOLIBERT, Josette e colaboradores. Formando crianças leitoras. Porto Alegre – RS: Artes Médicas, 1994;

KLEIMAN, A. Oficina de leitura: teoria e prática. 10. ed. Campinas, SP: Pontes, p.102, 2004.

LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento Humano. São Paulo: Editora nova cultura. 1997. (Canção Os Pensadores);

MARICATO, Adriana. O prazer da leitura se ensina. Criança. Brasília. s/ v, n. 40, p. 18-26, set. 2005;

SANTO. Agostinho, de Magistrado. In: Os Pensadores. São Paulo: abril Cultural. 1973;

SMOLKA, B.Luíza Ana. Leitura e desenvolvimento da linguagem. Porto Alegra – RS: Mercado Aberto,1989;

TAVARES, Denise. Ora, contar histórias... In: TAHAN, Malba. A arte de ler e contar histórias. 5ªed. Rio de Janeiro: Conquista, 1966.

A importância do lúdico no processo ensino-aprendizagem

A importância do lúdico no processo ensino-aprendizagem




Analeda Trindade

Denisleide Menezes da Silva



RESUMO:

O presente artigo pretende ressaltar a importância do lúdico no processo ensino-aprendizagem, e para um bom desempenho da nossa pesquisa, teremos como proposta e objetivo geral deste estudo, resgatar a importância do brincar para a educação e o desenvolvimento infantil, revelando assim um papel fundamental na vida da criança, por ser um mediador indispensável e eficaz, que vibializa a interação criança-adulta e criança-criança.



PALAVRAS-CHAVE: Criança. Educação. Ludicidade.



INTRODUÇÃO

A criança é um sujeito, como todo ser humano, que está inserida em uma sociedade, deve ter assegurado uma infância enriquecedora no sentido do seu desenvolvimento, seja psicomotor, afetivo ou cognitivo.

De acordo com Furtado et al (2007), a ludicidade possibilita à criança se conhecer e constituir-se socialmente, já que ao brincar, ela assimila diferentes representações sobre o mundo e desenvolve inúmeras formas de se comunicar, vivenciar suas emoções, interagirem com outras crianças e adultos, melhorar seu desempenho físico-motor, nível lingüístico e formação moral.

As crianças possuem suas características próprias e observam o mundo e o comportamento das pessoas que a cercam de uma maneira muito distinta. Aprendem através da acumulação de conhecimento, da criação de hipóteses e de experiências vividas.

O processo de ensino e aprendizagem na escola deve ser constituído, então, tomando como ponto de partida, o nível de desenvolvimento da criança, adequados à faixa etária e ao nível de conhecimento e habilidades de cada grupo.

Sabendo que a criança é um ser que sempre brincou que brinca e irá brincar sempre, podemos afirmar que o brincar é muito importante na formação da mesma. Por isso o brincar é eminentemente educativo no sentido em que constituem meios para desenvolver a curiosidade e o princípio de toda descoberta, apresenta valores específico para todas as fases da vida humana, assim na idade infantil e na adolescência, a finalidade é essencialmente pedagógica.



DESENVOLVIMENTO:

Ser criança é ter na cabeça fantasia, é ter curiosidade e criatividade. É transformar e ser transformada por meio das brincadeiras e de suas infinitas possibilidades de criação, invenção e aprendizagens.

É no mundo das fantasias que as crianças vivem simulações repletas de simbolismo e abstrações, para tanto, se engana quem pensa que elas apenas estão se divertindo neste momento, o fato é que elas levam o lúdico muito a sério, abstraem o brinquedo, a situação, os comportamentos e os resultados da brincadeira, até mesmo as crianças com menos de três anos, que usam o brinquedo sem separar a situação imaginária do real, também levam o ato da brincadeira a sério.

É fundamental olharmos para as crianças como produtoras e transmissoras de culturas que devem ser identificadas, potencializadas e preservadas, ou seja, precisamos olhar e conhecer as crianças com base no olhar que elas próprias têm de si e o mundo.



“... A criança deve ter todas as possibilidades de entregar-se aos jogos e às atividades recreativas, que devem ser orientadas para os fins visados pela educação; a sociedade e os poderes públicos devem esforçar-se por favorecer o gozo deste direito”. (Declaração Universal dos direitos da criança, 1959).



O aprender nasce nas crianças, talvez possivelmente atuando antes mesmo do nascimento, então a única coisa que podemos fazer é organizar para elas a realização de sua aprendizagem.

A ludicidade recebe sua devida importância, pois aqui percebemos que a mesma facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal e social, a construção do conhecimento, a comunicação e a expressão.

Ao criar um jogo, o educador deve ter em mente os objetivos que pretendem atingir. Na confecção, o educador deverá estar atento aos estágios de desenvolvimento da criança, tendo cuidado na escolha do material para sua confecção. Caberá ao educador propiciar a utilização dos jogos e brincadeiras de tal forma que possibilite à criança descobrir, vivenciar, modificar e recriar regras.

Vários educadores têm mostrado que o trabalho lúdico deve ser valorizado. Gardem afirma que o brincar é o principal motor do desenvolvimento, promovendo autoconfiança, pois permite a criança experimentar o mundo sem medo “e Fátima Camargo considera um espaço de interação, construção do conhecimento de mundo e uma forma eficiente de saber como as crianças estão pensando”. Apesar de reconhecer o valor das atividades lúdicas no processo educacional, principalmente na educação infantil, verificamos que tem sido significante a ênfase dadas por algumas universidades do nosso país que atuam como professores a essas atividades.



“A esperança de uma criança, ao caminhar para a escola é encontrar um amigo, um guia, um animador, um líder - alguém muito consciente que se preocupe com ela e que a faça pensar, tomar consciência de si e do mundo e que seja capaz de dar-lhes as mãos para construir com ela uma nova historia e uma sociedade melhor”. (ALMEIDA, 1987, p. 195).



Portanto, acreditamos que se faz necessário dinamizar os conteúdos sistematizados, através de atividades lúdicas nas jornadas pedagógicas com o propósito de despertar a ludicidade no professor, para então, uma vez conhecendo experimentando tal prática pode utilizá-la no trabalho com seus educandos.

De acordo com os nossos estágios, verificamos a questão da ludicidade, onde levou-nos a perceber que trabalhando com o lúdico em sala de aula despertamos nos alunos o interesse pela aula, auxiliando no processo ensino-aprendizagem.

Vale ressaltar, porém, que o lúdico não é a única alternativa para a melhoria do intercâmbio ensino-aprendizagem, mas é uma ponte que auxilia na melhoria dos resultados por parte dos educadores em promover mudanças.

Construir um espaço na escola onde o lúdico, o jogo e as brincadeiras se tornem algo real, são um desafio e um compromisso muito grande. Sabe-se através de várias pesquisas e estudos realizados, que o lúdico é de fundamental importância para o desenvolvimento físico mental das crianças.

O brincar facilita o crescimento e, portanto a saúde; o brincar conduz ao relacionamento grupais auxiliando na construção do seu conhecimento e na sua socialização, englobando aspectos cognitivos e afetivos.

De acordo com as concepções de Vygostsky, uma prática pedagógica adequada perpassa não somente por deixar as crianças brincarem, mas fundamentalmente por ajudar as crianças a brincar, por brincar com as crianças e até mesmo por ensinar as crianças a brincar.

As atividades lúdicas, quando bem administradas, trazem diversos benefícios à criança. Convém lembrar também que o principal conceito da teoria de Vygotsky é o de zona de desenvolvimento proximal, que ele define como a diferença entre o desenvolvimento atual da criança e o nível que atinge quando resolve problema com auxilio, o que leva à conseqüência de que as crianças podem fazer mais do que conseguiriam fazer por si só.

O lúdico é uma categoria geral de todas as atividades que tem característica de jogo, brinquedo e brincadeira.

...”O jogo pressupõe uma regra, o brinquedo é um objeto manipulável e a brincadeira, nada mais do que o ato de brincar com o brinquedo ou mesmo com o jogo. Jogar também é brincar com o jogo. O jogo pode existir por meio do brinquedo, se os “brincantes” lhe impuserem regras. Percebe-se, pois, que jogo brinquedo e brincadeira tem conceitos distintos, todavia estão imbricados; ao passo que o lúdico abarca todos eles”. (MIRANDA, 2001).

Contudo, podemos afirmar que todo mundo tem inteligência o que falta é ser estimulada, ou ainda falta à valorização dos conhecimentos das crianças, pois com elas ensinamos e aprendemos a ver o mundo de uma forma mais sensível, alegre e estimulante.

É enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança.

O brinquedo é o fornecedor da brincadeira, ele é a fonte de imagens a ser manipulada, traduzindo o universo real ao imaginário alimentando a ação. Essas imagens fazem parte da cultura a ser assimilada pela criança, ela pode transformar criar, recriar suas próprias significações por meio das manipulações.

Vygostsky propõe que o brinquedo, o brincar, surge nas atividades das crianças em idade pré-escolar, como uma forma de atender desejos que não podem ser imediatamente satisfeitos.

A capacidade de” fazer de conta”, de transformar um cabo de vassoura num cavalo,ainda que limitada é um caminho que leva do raciocínio concreto para o abstrato e o uso dos símbolos. Essa capacidade de simulação torna o brinquedo uma grande fonte de desenvolvimento para a criança.

Brincar faz parte de toda a infância de uma criança, pois assim a criança aprende de si mesma, e sobre as pessoas que as cercam. Sendo assim, não podemos separar o brincar da educação escolar, pois nesse ambiente passa uma boa parte do tempo de seu dia.

Portanto, as brincadeiras não só dão prazer as crianças quando é parte da cultura lúdica infantil, porém, podem servir como um recurso metodológico destinado a diagnosticar necessidades e interesses dos diferentes grupos de crianças e, também destinado a contribuir para o desenvolvimento da inteligência e das atividades específicas (FRIEDMANN, 1996)

A criança evoluiu com a brincadeira e a brincadeira se evoluiu integrado ao seu desenvolvimento, a brincadeira está na gênese do pensamento, da possibilidade de experimentar, de criar e de transformar o mundo.

O brincar é uma necessidade básica e um direito de todos. O brincar é uma experiência humana, rica e complexa. Sabemos então que para a criança ser feliz precisa de muita coisa, mas, em especial ela precisa de: amor, igualdade, saúde, autonomia, família, lar, espaço, movimento, atenção, carinho, meio ambiente, cidadania e educação.

O jogo pode ser visto como um instrumento pedagógico muito rico, que todos os professores podem utilizar para desenvolver em seus alunos várias habilidades e trazer vários conhecimentos, pois o jogo é reconhecido como meio de fornecer a criança um ambiente agradável, motivador e prazeroso que possibilita a aprendizagem de várias habilidades.



É difícil estabelecer-se que uma determinada atividade é uma brincadeira, um pequeno jogo ou um grande jogo. Para podermos

definir temos que ver como esta atividade será desenvolvida no caso estudado e assim chegar a uma conclusão.O próprio professor pode utilizar uma mesma atividade em forma de brincadeira,pequeno jogo ou grande jogo, adaptando-a ao público a ser atingido.Para transformar uma brincadeira em jogo ou vice-versa,basta utilizar as regras de acordo com as característica da atividade.(CAVALLARI e ZACHARIAS 1994, p. 57 ).



Acreditamos que o professor precisa ter segurança clareza dos objetivos ao introduzir o jogo no processo ensino-aprendizagem; pois tanto alunos quanto os pais estão arraigados com as metodologias /didáticas da educação tradicional. No momento do jogo é comum os professores encontrar questionamento do tipo: ”que horas começará a aula?”,”não vamos fazer atividade?”,”esta professora só quer saber de brincar,estudo que é bom nada!”..

Para entender o universo lúdico é fundamental compreender o que é brincar e para isso, é importante conceituar palavras como, brincadeira e jogo, permitindo os professores de educação infantil e do ensino fundamental trabalhar melhor as atividades lúdicas.





CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através deste estudo buscamos salientar a importância de trabalhar com a ludicidade, pois, a mesma faz parte do desenvolvimento integral da criança, além de propiciar o conhecimento de sua cultura.

As atividades lúdicas em geral, têm um grande potencial para o desenvolvimento da criança, desde que assumidas como mediadora do processo de ensino – aprendizagem, tornando o ambiente escolar mais prazeroso, estimulante e motivador. Porém, o presente trabalho vem apontar para a importância do uso de atividades ludo pedagógicas, desde que sejam programadas e com objetivos pré-determinados, no processo de aprendizagem, visto que estas proporcionam a criação de situações problemas que auxiliam o processo educativo por serem extremamente interessantes e envolventes tornando o ensino mais significativo para a criança.

Quem trabalha na educação infantil deve saber que podemos sempre desenvolver a motricidade, a atenção e a imaginação de uma criança.

A educação contribui no crescimento profissional, oferecendo informações necessárias para uma boa formação e preparando para novos conhecimentos que deseja obter na realização das propostas educacionais, preparando-se e buscando valores para a cidadania com a responsabilidade de educar.

As experiências e os conhecimentos construídos ao longo do curso formam um conjunto de procedimentos que promoverão profundas mudanças no processo ensino/aprendizagem e as relações estabelecidas entre os diversos autores da cena pedagógica. Enfim, todas as teorias estudadas buscaram reconhecer a dinâmica envolvida nos atos de ensinar e aprender, trazendo inúmeras contribuições para a nossa jornada pedagógica e formação acadêmica.





REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:



MIRANDA, Simão de. Do fascínio do jogo à alegria do aprender nas séries iniciais. São Paulo: Papirus, 2001.



CAVALLARI & ZACHARIAS, Trabalhando com recreação. São Paulo: Ícone, 1994.



VYGOTSKY, L.S. LURIA, A.R. LEONTIEV, A.R. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. Tradução: Maria da Penha Villalobos. São Paulo. Ícone Editora Ltda. 1994.



FRIEDMANN, Adriana. Brincar, crescer aprender, o resgate do jogo infantil. Moderno, São Paulo, 1996.



Furtado, V.Q.et al. Tempo de brincar, hora de aprender. Londrina: Humanidades, 2007.



Declaração Universal dos direitos da criança - ONU (20/11/1959).



ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação Lúdica - técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Edições Loyola, 1987.



O desafio de desafiar letrando

O DESAFIO DE ALFABETIZAR LETRANDO




Elisângela Borges Magalhães

Marilene Moreira Santos







RESUMO



O presente artigo analisa as competências e os métodos da alfabetização, com base nas recentes descobertas da ciência cognitiva da leitura. Em um mesmo momento, em sociedades distanciadas, tanto geograficamente quanto socioeconomicamente e culturalmente, saber ler e escrever não basta. É necessário que os educandos sejam orientados para se apropriar do sistema, compreender seus usos, suas funções e utilizá-la de maneira crítica, em benefício próprio e coletivo. Num mundo marcado pela escrita, propiciar situações efetivas de letramento é condição imprescindível para o aprendizado e o exercício da cidadania nas suas dimensões prática, política e ética.

Motivo pelo qual escolhemos o presente tema para nosso artigo.



PALAVRA – CHAVE: Alfabetização. Letramento. Competências e métodos da alfabetização. Aprendizagem.



INTRODUÇÃO



Durante muito tempo, pensava-se que ser alfabetizado era conhecer o código lingüístico, ou seja, conhecer as letras do alfabeto.Atualmente, sabe-se que, embora seja necessário, o conhecimento das letras não é suficiente para ser competente no uso da língua escrita. A língua não é um mero código para comunicação. A linguagem é um fenômeno social, estruturada de forma dinâmica e coletiva e, portanto, a escrita também deve ser vista como ponto cultural e social. Para dar conta desse processo de inserção, numa cultura letrada. A alfabetização é apenas um meio para o letrarmento formar cidadãos participativos.

A relações grafânicas são parte integrante da aprendizagem da lingua escrita, os sistemas alfabeticos e ortográficos devem ser objeto de instrução direta, explícita e sistemática, com certa autónomia as práticas de leitura e escrita.

A independência entre alfabetização e letramento são processos paralelos e simultâneos, mas que indiscultivelmente se completam.

Com base nos estudos e pesquisas de hoje em dia, alfabetizar letrando requer: democratizar a vivência de práticas de uso da leitura e da escrita e ajudar o aluno a, ativamente, reconstruir essa invenção social que é a escrita alfabética. Assim podemos compreender que o processo educacional de acesso à leitura e a escrita modifica-se, pois o educando é instado a inserir-se nas práticas sociais de leitura e escrita, ultrapassando a mera aquisição da “tecnologia do ler e escrever” (Soares, 2003, p.21).

A aprendizagem não deve ser reduzida à capacidade de ler e escrever corretamente e tão pouco deve ser desvinculada da prática. Sua concepção se dá no momento em que todos os sentidos são explorados e, o mais importante, de maneira contextualizada e envolvente. Ser resistente a essa realidade é incentivar a existência de uma sociedade cada vez mais excludente, seletiva, desigual, explorada e descriminada.



O presente estudo tem como enfoque principal a Alfabetização que, como propõem Freire e Macedo (1990), é “a relação entre o educando e o mundo, mediada pela prática trans-formadora deste mundo” e o Letramento que, segundo Soares (2000), "é o estado em que vive o indivíduo que não só sabe ler e escrever, mas exerce as práticas sociais de leitura e escrita que circulam na sociedade em que vive".

Assim como a alfabetização e o letramento são processos que caminham juntos, este trabalho, em específico, busca repensar a aquisição da língua escrita, baseado no alfabetizar letrando. Visto que a sociedade hoje é uma sociedade grafocêntrica, não basta ao indivíduo ser simplesmente alfabetizado, ou seja, aprender meramente a decodificar. Faz-se necessário que o mesmo seja também letrado para que possa exercer as práticas sociais de leitura e escrita nesta sociedade.

Infelizmente, a situação de nosso país nas últimas décadas, com relação aos índices de analfabetismo, é muito alarmante, pois muito se discute, mas, na prática, muito pouco é feito. O número de alunos aprovados ao final do primeiro ano escolar não é satisfatório, assim como o número dos que chegam à 4ª série do ensino fundamental sem estarem sequer alfabetizado-letrados também é preocupante.

Já que o paradigma tradicional defendido há décadas não está trazendo resultados satisfatórios, foi realizado um estudo teórico aprofundado sobre a Alfabetização, partindo para seu campo de atuação e confrontando a teoria com a prática. Antecedendo toda a discussão teórica, foi traçado um histórico sobre a alfabetização e, na prática, realizado um estudo de caso que possibilitou ver o quão é importante e enriquecedor um processo alfabetizador baseado na relação da criança com uma diversidade de textos, seja como ouvinte, redador ou leitor.

Letramento é o estado em que vive o indivíduo que não só sabe ler e escrever, mas exerce as práticas sociais de leitura e escrita que circulam na sociedade em que vive.

(SOARES, 2000)

O termo letramento passou a ter veiculação no setor educacional há pouco menos de vinte anos, primeiramente entre os lingüistas e estudiosos da língua portuguesa.

Com os avanços da Psicologia Cognitiva da Leitura permite um mapeamento bastante detalhado das competências e métodos que precedem, acompanham e se tornam possíveis com a alfabetização.

Competências que antecedem a alfabetização:

A capacidade de lidar com livros e textos impressos;

A consciência fonológica (a capacidade de discriminar sons);

A familiaridade com comandos e instruções usuais no ambiente escolar.

Competências centrais ao processo de alfabetização:

Na leitura

A consciência fonológica - perceber que diferentes letras produzem diferentes sons;

O principio alfabético - perceber que há uma relação entre a presença e posição de um grafema e o som que ela tem na palavra;

A decodificação – ser capaz de pronunciar o som de uma palavra escrita ou transformar em escrita uma palavra ouvida;

A fluência – realizar a correção e o ritmo na leitura de textos.

Na escrita

Capacidade de escrever de forma legível (cursiva ou bastão é uma escolha da criança);

Capacidade de escrever de forma ortográfica;

Capacidade de escrever frases.

Competências que precedem, acompanham e sucedem o processo de alfabetização: Desenvolvimento do léxico;

Desenvolvimento de competências de compreensão de texto, e que incluem competências sobre a estrutura, lógicas e usos sociais dos diferentes tipos de texto, bem como estratégias gerais de compreensão e produção de textos.

Definida a alfabetização e as competências que a possibilitam, cabe identificar os instrumentos mais adequados para avaliar se o aluno está alfabetizado.

Método fônico (ou sintético)

O lingüista americano Bloomfield, propositor do módulo fônico desse método, defende que a aquisição da linguagem é um processo mecânico, ou seja, a criança será sempre estimulada a repetir os sons que absorve do ambiente. Assim, a linguagem seria a formação do hábito de imitar um modelo sonoro. Os usos e funções da linguagem, neste caso, são descartados por se tratarem de elementos não observáveis pelos métodos utilizados por essa teoria, dando-se importância à forma e não ao significado.

No tocante à aquisição da linguagem escrita, a fônica é o intuito de fazer com que a criança internalize padrões regulares de correspondência entre som e soletração, por meio da leitura de palavras das quais ela, inconscientemente, inferir as correspondências soletração/som.

De acordo com esse pensamento, o significado não entraria na vida da criança antes que ela dominasse a relação, já descrita, entre fonema e grafema. Nesse caso, a escrita serviria apenas para representar graficamente a fala. Assim, a função seria precedida pela forma; os ditames viriam dos autores das cartilhas, como se esses fossem os detentores do significado, sobrepondo-se ao leitor; o texto serviria somente para ser destrinchado, absorvendo aquele significado cristalizado contido nele; e o erro visto com elevada severidade.

Com relação à prática, observa-se que os mestres decidem como e quando as crianças devem aprender; ensina-se de padrões regulares, considerados mais fáceis, passando para os irregulares, considerados mais difíceis; supõe-se que a criança deva dominar o modo correto, levando-se em consideração a variedade lingüística; a criança deve ter pré-requisitos muito bem estabelecidos para ser considerada apta à língua escrita.

Método global (ou analítico)

Opunha-se ao método sintético, questionando dois argumentos dessa teoria. Um que diz respeito à maneira como o sentido é deixado de lado e outro que supunha que a criança não reconheceria uma palavra sem antes reconhecer sua unidade mínima.

A principal característica que diferencia o método sintético do analítico é o ponto de partida. Enquanto o primeiro parte do menor componente para o maior, o segundo parte de um dado maior para unidades menores.

Justificando o método analítico, Nicolas Adam, responsável por suas bases, vai utilizar-se de uma metáfora, dizendo que, quando se apresenta um casaco a uma criança, mostra-se ele todo, e não a gola, depois os bolsos, os botões etc. Adam afirma que é dessa forma que uma criança aprende a falar, portanto deve ser da mesma forma que deve aprender a ler e escrever, partindo do todo, decompondo-o, mais tarde, em porções menores. Para ele, era imprescindível ressaltar a importância que a criança tem de ler e não decifrar o que está escrito, isso quer dizer que ela tem a necessidade de encontrar um significado afetivo e efetivo nas palavras.

O método analítico se decompõe em:

1. Palavração: diz respeito ao estudo de palavras, sem decompô-las, imediatamente, em sílabas; assim, quando as crianças conhecem determinadas palavras, é proposto que componham pequenos textos;

2. Sentenciação: formam-se as orações de acordo com os interesses dominantes da sala. Depois de exposta uma oração, essa vai ser decomposta em palavras, depois em sílabas;

3. Conto: a idéia fundamental aqui é fazer com que a criança entenda que ler é descobrir o que está escrito. Da mesma maneira que as modalidades anteriores, pretendia-se decompor pequenas histórias em partes cada vez menores: orações, expressões, palavras e sílabas.

Após as leituras e análises realizadas, é possível verificar que cabe a cada professor promover mudanças em suas atividades escolares, incluindo as de natureza metodológica. É necessário evitar que “quadros-verdes” completamente preenchidos constituam o único recurso empregado pelo professor nas aulas, principalmente quando esses textos vão parar no caderno do aluno e nas folhas de provas. Outras metodologias de ensino contribuem para que o aluno tenha prazer em estudar, a partir do autoconhecimento de suas concepções e representações prévias.

É necessário reconhecer que muito precisa ser feito no sentido de assumir como política de estado a formação continuada dos professores, em especial a dos que se dedicam à alfabetização. Os esforços feitos nos últimos anos parecem-nos ainda insuficientes para dar conta da gravidade da questão. Acreditamos que é hora de termos políticas federais, estaduais e municipais que garantam a real formação continuada dos professores da educação básica. Para que essas não funcionem como apêndices ou ações descartáveis dos sistemas de ensino, é urgente priorizar a formação dos formadores de professores, em cada âmbito local.

Ao lado disso e de uma redefinição das condições de exercício profissional dos docentes, chamamos a atenção para a necessidade de debatermos o significado da ampliação do ensino fundamental para nove anos e da urgência de universalizarmos o acesso à educação infantil. A partir dos debates travados durante a década de 1990, por ocasião da instituição dos Referenciais Curriculares Nacionais para aquela etapa de ensino (BRASIL-MEC, 1998), fica evidente que muitos que influem nos destinos daquela etapa escolar resistem à idéia de ensinar-escolarizar-alfabetizar na pré-escola.

Não queremos que crianças pequenas sejam “torturadas” ou “forçadas precocemente” a entrar na ordem da escrita. Mas não encontramos fundamento para negar unicamente aos filhos das camadas populares o direito de, cedo, poderem se familiarizar com a escrita alfabética e, cedo, ganharem autonomia no exercício das práticas que cultivam os cidadãos letrados.











REFERÊNCIAS



BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais – Educação Infantil. Brasília: Mec/ SEF, 1999.



BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9394.htm>. Acesso em: 20 maio 2009.



CAPOVILLA A.; CAPOVILLA F. C. Alfabetização: Método Fônico. 2ª ed. São Paulo: Memnon, 2003.



DELORS, Jaques. Os quatro pilares da educação. São Paulo: Cortez. 1999, p. 89-102. Disponível em: <http://4pilares.net/text-cont/delors-pilares.htm>. Acesso em: 1 jun. 2009.



GADOTTI, Moacir. Perspectivas atuais da educação. Scielo Brasil: São Paulo. Vol.14 no.2. Abr./jun. 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo. php?pid=S0102-88392000000200002&script=sci_arttext>. Acesso em: 4 jun. 2009.



SOARES, Magda. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Revista Brasileira de

Educação. 2003, 17p



SOARES, Magda Becker. Letramento, um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.



Brincadeiras e brinquedos na pré-escola

¹BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS NA PRÉ-ESCOLA


Cristina Paixão dos Santos

Suely Figueredo Santos



RESUMO

O presente artigo vem demonstrar que o brinquedo e a brincadeira na pré-escola é um aspecto muito importante na interação da criança com o adulto, com o outro. A brincadeira em grupo serve para socializar crianças. Elas aprendem a lidar com os sentimentos, interagir, resolver conflitos e desenvolver a imaginação e criatividade para resolver problemas. E, portanto, contra este pensamento que buscamos, é de fundamental importância que professores tenham conhecimento do saber que a criança construiu na interação do ambiente familiar e sócio cultural e adotar na sua prática pedagógica as brincadeiras, brinquedos para que as crianças desenvolvam,construam, adquiram conhecimentos e se tornem autônomas e cooperativas. E é importante que os educadores resgatem as brincadeiras e os brinquedos que eram transmitidos pelos pais e avós, e criadas pelas próprias crianças. Elas irão despertar uma vivência rica e muito importante, e o ajudará a despertar sua criatividade, movimentos e uma boa aquisição na aprendizagem da escrita e leitura.

Palavras-chave: Brinquedos. Brincadeiras. Interações. Pré-escola.

____________________________

Artigo apresentado na Disciplina de Estágio Curricular IV ao Curso de Graduação em Pedagogia – Licenciatura – EAD, da Universidade Luterana do Brasil, como requisito parcial para conclusão de Curso.

INTRODUÇÃO



O brincar é importante porque incentiva à utilização de brincadeiras e jogos. Quando brincamos exercitamos nossas potencialidades, provocamos o funcionamento do pensamento, adquirimos conhecimento sem estresse e sem medo, desenvolvemos a sociabilidade, cultivamos a sensibilidade, nos desenvolvemos intelectualmente, socialmente e emocionalmente. Todo aprendizado que o brincar permite é fundamental para a formação da criança em todas as etapas da sua vida.

A criança, ao longo da história e da evolução do homem, nem sempre foi considerada como é hoje. Antigamente ela era caracterizada como um ser ingênuo, inocente, gracioso ou ainda imperfeito e incompleto. Estas noções se constituíram em elementos básicos que fundamentaram o conceito de criança entendida como um ser ‘sem existência social, miniatura do adulto, abstrata e universal’. Portanto, um conceito que independe da cultura ou classe social. Atualmente, uma nova concepção sobre criança vem tomando espaço no panorama educacional, a criança, como ser social. Entende-se a criança, hoje, como um ser que iguala pela natureza infantil e diferencia-se pelos fatores socioculturais.

De acordo com SANTOS (2002, p.13), para entender a brincadeira deve-se entender a criança, assim, ele afirma que.

Para ajudar a criança no seu desenvolvimento buscamos compreender sua natureza, e nessa busca encontramos o brincar como uma necessidade básica que surge muito cedo nela. A brincadeira é considerada a primeira conduta inteligente do ser humano; ela aparece logo que a criança nasce e é de natureza sensório-motora. Isso significa que os primeiros brinquedos são os dedos e seus movimentos, que observados pela criança constituem-se a origem mais remota do jogo. Para cada etapa do desenvolvimento infantil existem tipos de brincadeiras correspondentes. Por isso a brincadeira tem uma função essencial na vida da criança, embora muitos educadores digam que a criança muito pequena não brinca ou não gosta de brincar. A verdade é que ela brinca de maneira diferente das maiores, envolve-se em brincadeiras sucessivas e por um curto período de tempo.

Brincando a criança desenvolve potencialidades; ela compara, analisa, nomeia, mede, associa, calcula, classifica, compõe, conceitua e cria. O brinquedo e a brincadeira traduzem o mundo para a realidade infantil, possibilitando a criança a desenvolver a sua inteligência, sua sensibilidade, habilidades e criatividade, além de aprender a socializar-se com outras crianças e com os adultos.

Sabemos da difícil tarefa em se sistematizar com a devida clareza os argumentos dos pensadores que estamos adotando, de forma a nos subsidiarem para a adoção de medidas pedagógicas eficazes no que se refere a brincadeiras e brinquedos, pois nosso objetivo geral é analisar a importância dos brinquedos e brincadeiras para o desenvolvimento da aprendizagem da criança na pré-escola, e assim poder implementar cada vez mais com recursos que sejam favoráveis ao desenvolvimento integral das crianças, de maneira que as brincadeiras sejam claramente observáveis.

A IMPORTÂNCIA DAS BRINCADEIRAS E JOGOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL



Brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança. É uma arte, um dom natural que, quando bem cultivado, irá contribuir no futuro para a eficiência e o equilíbrio do adulto. A criança que brinca, acostuma-se a ter seu tempo livre utilizado criativamente. Esse hábito, se desenvolvido de forma saudável, além de trazer satisfação, com o passar do tempo irá se transformando em atitudes de predisposição para o trabalho.

BRASIL (2001 p. 27) define o conceito de brincadeira afirmando que:

A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo com aquilo que é o não - brincar. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação isto implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer que é preciso haver consciência da diferença existente entre brincadeira e a realidade imediata que lhe forneceu conteúdo pra realizar-se. Nesse sentido, para brincar é preciso apropriar-se de elementos da realidade imediata de tal forma a atribuir-lhes novos significados. Essa peculiaridade da brincadeira ocorre por meio da articulação entre a imaginação e a imitação da realidade. Toda brincadeira é uma imitação transformada, no plano das emoções e das idéias realidade anteriormente vivenciada.

Para MALUF (2007, p.10), “nunca devemos esquecer que o brincar é altamente importante na vida da criança, primeiro, por ser uma atividade na qual ela já se interessa naturalmente e segundo porque desenvolve suas percepções, sua inteligência, suas tendências à experimentação, seus instintos sociais”.

FIGUEIREDO (2004 p.7), ainda afirma que:

A brincadeira é para a criança, a mais valiosa oportunidade de aprender a conviver com as pessoas muito diferentes entre si; de compartilhar idéias, regras, objetos e brinquedos, superando progressivamente o seu egocentrismo característico; de solucionar os conflitos que surgem, tornando-se autônoma, de experimentar papeis, desenvolvendo as bases da sua personalidade.

Costuma-se chamar brinquedo pedagógico ao que foi fabricado com objetivo de proporcionar determinadas aprendizagens, tais como cores, formas geométricas, números, letras, entre outros. Usar o jogo na educação infantil, significa transportar para o campo do ensino-aprendizagem condições para facilitar a construção do conhecimento, introduzindo as propriedades do lúdico, do prazer e a capacidade de ação motivadora

O brinquedo estimula a inteligência porque faz com que a criança solte sua imaginação e desenvolva a criatividade possibilitando o exercício de concentração, de atenção e de engajamento. É um convite à brincadeira, proporcionando desafios e motivações.

O jogo e a brincadeira infantil são formas da criança manejar experiências, criar situações para dominar a realidade e experimentá-la. Segundo Teles (1999) “brincar se coloca num patamar importantíssimo para a felicidade e realização da criança, no presente e no futuro”. Brincando, ela explora o mundo, constrói o seu saber, aprende a respeitar o outro, desenvolve o sentimento de grupo, ativa a imaginação e se auto-realiza.

Brincar é parte integrante da vida social e é um processo interpretativo com uma textura complexa, onde fazer realidade requer negociações do significado, conduzidas pelo corpo e pela linguagem. (FERREIRA, 2004, p. 84)

Com brincadeiras e jogos o espaço escolar pode-se transformar em um espaço agradável, prazeroso, de forma a permitir que o educador alcance sucesso em sala de aula. Nós, educadores temos que ser multifuncionais, ou seja, não apenas educadores, mas filósofos, sociólogos, psicólogos, psicopedagogos, recreacionistas e muito mais, para que possamos desenvolver as habilidades e a confiança necessária em nossos educando.

NEGRINE (1994,12), em estudos realizados sobre aprendizagem e desenvolvimento infantil, afirma que "quando a criança chega à escola, traz consigo toda uma pré-história, construída a partir de suas vivências, grande parte delas através da atividade lúdica". Segundo esse autor, é fundamental que os professores tenham conhecimento do saber que a criança construiu na interação com o ambiente familiar e sociocultural, para formular sua proposta pedagógica.

A criação de espaços e tempos para os jogos e brincadeiras é uma das tarefas mais importantes do professor, principalmente na escola de educação infantil. Cabe-nos organizar os espaços de modo a permitir as diferentes formas de brincadeiras, de forma, por exemplo, que as crianças que estejam realizando um jogo mais sedentário não sejam atrapalhadas por aquelas que realizam uma atividade que exige mais mobilidade e expansão de movimentos, ou seja, observando e respeitando as diferenças de cada um.

Nos tempos atuais, as propostas de educação infantil dividem-se entre as que reproduzem a escola elementar com ênfase na alfabetização e números (escolarização) e as que introduzem a brincadeira valorizando a socialização e a re-criação de experiências. No Brasil, grande parte dos sistemas pré-escolares tende para o ensino de letras e números excluindo elementos folclóricos da cultura brasileira como conteúdos de seu projeto pedagógico. As raras propostas de socialização que surgem desde a implantação dos primeiros jardins de infância acabam incorporando ideologias hegemônicas presentes no contexto histórico-cultural. (OLIVEIRA, 2000).

Relembrando que brincar é um direito fundamental de todas as crianças no mundo inteiro, cada criança deve estar em condições de aproveitar as oportunidades educativas voltadas para satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem. A escola deve oferecer oportunidades para a construção do conhecimento através da descoberta e da invenção, elementos estes indispensáveis para a participação ativa da criança no seu meio.

A intervenção intencional baseada na observação das brincadeiras das crianças, oferecendo-lhes material adequado, assim como um espaço estruturado para brincar permite o enriquecimento das competências imaginativas, criativas e organizacionais infantis. Cabe ao professor organizar situações para que as brincadeiras ocorram de maneira diversificada para propiciar as crianças à possibilidade de escolherem os temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar ou os jogos de regras e de construção, e assim elaborarem de forma pessoas e independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais.



CONCLUSÃO



Este artigo apresentou uma reflexão teórica sobre o uso de jogos na educação infantil, suas possibilidades como estratégias de ensino, onde podem ser utilizados com o objetivo de construir conhecimentos, treinar habilidades já estudadas, aprofundar questões importantes e desenvolver estratégias de raciocínio lógico.

As brincadeiras para a criança pequena são fundamentais para o seu desenvolvimento e para a aprendizagem, pois envolvem diversão e ao mesmo

tempo uma postura de seriedade. A brincadeira é para a criança um espaço de investigação e construção de conhecimentos sobre si mesma e sobre o mundo. Brincar é uma forma de a criança exercitar sua imaginação. A imaginação é uma forma que permite às crianças relacionarem seus interesses e suas necessidades com a realidade de um mundo que pouco conhecem. A brincadeira expressa a forma como uma criança reflete, organiza, desorganiza, constrói, destrói e reconstrói o seu mundo. A brincadeira é uma ponte entre a realidade da criança e a realidade dos adultos, ou seja, a nossa, e é através de uma brincadeira de criança que podemos compreender como ela vê e constrói o mundo, quais são as suas preocupações, que problemas ela sente, como ela gostaria que fosse a sua vida. Ela expressa o que teria dificuldade de colocar em palavras.

Todo o aprendizado que uma brincadeira permite é fundamental para a formação da criança em todas as etapas da sua vida. Além de conhecer melhor a si própria através das brincadeiras à criança, quando se relaciona com outras crianças ela experimenta situações de vida como competição, cooperação, coragem, medo, alegria, tristeza. Ela se socializa, compreende o que é ser ela mesma e fazer parte de um grupo.







REFERÊNCIAS

ALMEIDA, M.T.P. Jogos divertidos e brinquedos criativos. Petrópolis: Vozes, 2004.

BRASIL. Ministério da Educação e de Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para educação infantil. Brasília – DF: MEC/SEF, 2002. Volume1.



Brasil, Universidade Católica de Brasília, Graduação – UCB Virtual. Conteúdo das disciplinas Fundamentos da Educação Infantil e Fundamentos da Aprendizagem II (2008 ) do curso de graduação de pedagogia.



FIQUEIREDO, T. A. de. Organização do espaço pedagógico favorece realização de

atividades. Revista do professor, Porto Alegre – RS: CPOEC LTDA, n. p. 4-7,2004.



LEMOS, Adriana. A importância de Brincar. (online). Disponível na Internet via WWW.URL: http://www.crechejeitodeser.com.b. Arquivo capturado em 09 de outubro 2008.

MALUF, A. C. M. Brincar é importante. Revista do professor, Porto Alegre – RS:CPOEC LTDA, n. 91, p.10, jul./set. 2007.

NEGRINE, Airton. Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Porto Alegre: Prodil, 1994.

OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos. Educação infantil: muitos olhares. 4.ed. São Paulo: Cortez, 1990.

Piaget , J. A psicologia da criança. Ed Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.



SANTOS, S. M. P. dos. Brinquedo e infância: um guia para pais e educadores em

creche. 4.ed. Petrópolis – RJ: Vozes, 2002

SEVERINO, A. J. A formação profissional do educador: pressupostos filosóficos e implicações curriculares. ANDE, Ano 10, n° 17, 1991.

TELES, Maria Luiza Silveira. Socorro! É proibido brincar! Rio de Janeiro: Vozes

VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo. Martins Fontes, 1989

A Escola na formação do cidadão

A Escola na Formação do Cidadão






Rosana Freitas Castro

Rosangela Alves Sousa

“O sonho pelo qual brigo, exige que eu invente em mim a coragem de lutar ao lado da coragem de amar”. PAULO FREIRE



RESUMO



O presente artigo busca resgatar um pouco da cidadania na escola de hoje, trazendo valores morais, éticos e humanos para o cotidiano do ensino atual, na tentativa de resgatar a cidadania na escola, de apresentar os valores morais, éticos e humanos. Aprender a ser cidadão, entre outras coisas, aprender a agir com respeito, solidariedade, responsabilidade, justiça, não-violência; aprender a usar os diálogos nas mais diferentes situações e comprometer-se com o que acontece na vida coletiva da comunidade e do País. Esses valores e essas atitudes precisam ser aprendidos e desenvolvidos pelos estudantes e, portanto, podem e devem ser ensinados na escola.



PALAVRA – CHAVE: Ética. Escola. Cidadania. Democracia.



INTRODUÇÃO



O papel fundamental da educação no desenvolvimento das pessoas e das sociedades amplia-se ainda mais no despertar do novo milênio e aponta para a necessidade de se construir uma escola voltada para a formação de cidadãos (PCNs, 1998). Na escola, durante processos de socialização, a criança tem a oportunidade de desenvolver a sua identidade e autonomia. Interagindo com os amiguinhos se dá a ampliação de laços afetivos que as crianças podem estabelecer com as outras crianças e com os adultos. Isso poderá contribuir para o reconhecimento do outro e para a constatação das diferenças entre as pessoas; diferenças essas, que podem ser aproveitadas para o enriquecimento de si próprias.

As instituições de educação infantil se constituem em espaços de socialização, propiciam o contato e o confronto com adultos e crianças de várias origens socioculturais, de diferentes religiões, etnias, costumes, hábitos e valores, fazendo dessa diversidade um campo privilegiado da experiência educativa. Desse modo, na escola, criam-se condições para as crianças conhecerem, descobrirem e ressignificarem novos sentimentos, valores, idéias, costumes e papéis sociais.

Pensar em educação de qualidade hoje, é preciso ter em mente que a família esteja presente na vida escolar de todos os alunos em todos os sentidos. Ou seja, é preciso uma interação entre escola e família. Nesse sentido, escola e família possuem uma grande tarefa, pois nelas é que se formam os primeiros grupos sociais de uma criança. Envolver os familiares na elaboração da proposta pedagógica pode ser a meta da escola que pretende ter um equilíbrio no que diz respeito à disciplina de seus educandos. A sociedade moderna vive uma crise de valores éticos e morais sem precedentes. Essa é uma constatação que norteia os arredores dos setores educacionais, pois é na escola que essa crise pode aflorar mais, ficando em maior evidência.

No estágio foi realizado com o cumprimento das exigências do curso de Pedagogia da faculdade ULBRA da UP de Contendas do Sincorá-BA. Conforme regulamento do Estágio Supervisionado I, II e III, realizado na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, no Município de Contendas do Sincorá-BA, com o objetivo de proporcionar ao discente uma conexão entre a teoria vista em sala de aula, que consiste no pilar conceitual do aprendizado e a prática aplicada no campo de trabalho, como ferramenta que permite ao Pedagogo ter uma percepção dos problemas reais.

Compreender o Estágio como um tempo destinado a um processo de ensino e de aprendizagem é reconhecer que, apesar da formação oferecida em sala de aula ser fundamental, só ela não é suficiente para preparar os alunos para o pleno exercício de sua profissão. Faz-se necessário a inserção na realidade do cotidiano escolar.

Ao observar a instituição, considerando suas diferenças e semelhanças, compreendendo-as sob o olhar denso da cultura, levam-se em consideração os cidadãos, homens e mulheres, enquanto sujeitos sociais e históricos, presentes e atuantes na história da sociedade, tão arraigada de divisores de classes, que separam constantemente os homens da natural condição de igualdade.

Diante de tal realidade, a escola, enquanto instrumento da educação, enfrenta grandes desafios, quanto às ações que promove. A família é espaço sócio-cultural cotidiano e histórico no processo de socialização, se relaciona com as instituições de ensino, tornando-se berço de atitudes, bem como de mudanças, ou estagnação, da realidade na qual a sociedade a insere, pois é delas que partem os sujeitos sociais que irão manter, ou mudar, a si próprios e, conseqüentemente, a realidade onde estão inseridos. Destarte, uma relação da escola na cidadania, desenvolvida de maneira responsável e comprometida com o avanço da sociedade, é crucial para a evolução da educação de um país.



O PAPEL DA ESCOLA



O intuito deste artigo é que a sociedade constrói seus elementos constitutivos e meios educacionais, em qualquer instância, a partir do grau de complexidade em que se encontra organizada. Toscano (1999, p. 126) afirma que “[...] quanto mais simples for esta divisão, mais elementares serão os meios de que lança mão”.

Para a autora, quando esta divisão se organiza de maneira mais complexa, com a inserção de especializações em sua estrutura, é necessário um mínimo de formalização, quando do surgimento de indivíduos e agrupamentos específicos, na transferência de conhecimentos de sua própria especialização, ou seja, para a transmissão de conhecimentos, pelo ato educacional, àqueles que a buscam.

Se acreditarmos que o principal papel da escola é o desenvolvimento integral da criança, devemos considerá-la em suas várias dimensões: afetiva, ou seja, nas relações com o meio, com as outras crianças e adultos com quem convive; cognitiva, construindo conhecimentos por meio de trocas com parceiros mais e menos experientes e do contato com o conhecimento historicamente construído pela humanidade; social, freqüentando não só a escola como também outros espaços de interação como praças, clubes, festas populares, espaços religiosos, cinemas e outras instituições culturais; e finalmente na dimensão psicológica, atendendo suas necessidades básicas como higiene, alimentação, moradia, sono, além de espaço para fala e escuta carinho, atenção, respeito aos seus direitos (MEC, 2005).

Podemos então observar que os Parâmetros Curriculares Nacionais elaborados pela secretaria de Educação Fundamental do Ministério da Educação (MEC), em 1998, ressaltam tudo isso do seguinte modo: são objetivos do ensino fundamental que os alunos sejam capazes de:

• Compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito;

• Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas;

• Conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao país;

• Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente;

• Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania;

• Conhecer o próprio corpo e dele cuidar, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva;

• Utilizar as diferentes linguagens - verbais, musical, matemática, gráfica, plástica e corporal - como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação;

• Saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos;

• Questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação.

O que temos ainda hoje é um caminho a ser percorrido. Um caminho de cooperação que só será efetivo se os pais compreenderem que à escola não cabe exercer a função moral da família. E, se a escola promovesse ações de conscientização junto a essas famílias para que ficasse clara a importância do dever de cada um no desenvolvimento do aluno/filho, e que, embora essa parceria escola e família sejam essencial, cada um desses setores deve conservar suas particularidades (DI SANTO, 2007)

Desde a mais tenra idade, a criança se desenvolve plenamente quando estimulada e incentivada, buscando alternativas de ação, pois a conduta familiar e escolar propicia relações sociais e individuais. Dessa forma, ela terá maior oportunidade de assimilar a realidade, seja através da liquidação de seus próprios conflitos, das compensações de necessidades insatisfeitas ou de novas alternativas de busca.

Como diz Vitor Paro ([s.d.]), a escola deve utilizar todas as oportunidades de contato com os pais, para passar informações relevantes sobre seus objetivos, recursos, problemas e também sobre as questões pedagógicas. Só assim, a família irá se sentir comprometido com a melhoria da qualidade escolar e com o desenvolvimento de seu filho como ser humano.

Quando se fala em vida escolar e sociedade, não há como não citar o mestre Paulo Freire (1999), quando diz que a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. Se opção é progressista, se não se está a favor da vida e não da morte, da eqüidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio, da convivência com o diferente e não de sua negação, não se tem outro caminho se não viver a opção que se escolheu. Encarná-la, diminuindo, assim, a distância entre o que se diz e o que se faz.

Cabe à escola formar cidadãos críticos, reflexivos, autônomos, conscientes de seus direitos e deveres, capazes de compreender a realidade em que vivem preparados para participar da vida econômica, social e política do país e aptos a contribuir para a construção de uma sociedade mais justa. A função básica da escola é garantir a aprendizagem de conhecimentos, habilidades e valores necessários à socialização do indivíduo. Estas aprendizagens devem constituir-se em instrumentos para que o aluno compreenda melhor a realidade que o cerca, favorecendo sua participação em relações sociais cada vez mais amplas, possibilitando a leitura e interpretação das mensagens e informações que hoje são amplamente veiculadas, preparando-o para a inserção no mundo do trabalho e para a intervenção crítica e consciente na vida pública.

É necessário que a escola propicie o domínio dos conteúdos culturais básicos, da leitura e da escrita, das ciências, das artes, das letras. Sem estas aprendizagens, dificilmente ele poderá exercer seus direitos de cidadania. A escola, portanto, tem o compromisso social de ir além da simples transmissão do conhecimento sistematizado, preocupando-se em dotar o aluno da capacidade de buscar informações segundo as exigências de seu campo profissional ou de acordo com as necessidades de desenvolvimento individual e social.

Precisamos preparar nossos alunos para uma aprendizagem permanente, que tenha continuidade mesmo após o término de sua vida escolar. Isto significa que em sala de aula devemos estar preocupados em desenvolver determinadas habilidades intelectuais sem as quais o aluno nunca será capaz de uma aprendizagem autônoma. É necessário a cada momento fazer o aluno pensar, refletir, analisar, sintetizar, criticar, criar, classificar, tirar conclusões, estabelecer relações, argumentar, avaliar, justificar, etc. Para isto é preciso que os professores trabalhem com metodologias participativas, desafiadoras, problematizando os conteúdos e estimulando o aluno a pensar, a formular hipóteses, a descobrir, a falar, a questionar, a colocar suas opiniões, suas divergências e dúvidas, a trocar informações com o grupo de colegas, defendendo e argumentando seus pontos de vistas.

Sendo a escola, um espaço de vivência onde os alunos podem discutir os valores éticos, não numa visão tradicional, mas sim de uma forma onde realmente todos possam ter o privilégio de entender os significados de seus valores éticos e morais que constituem toda e qualquer ação de cidadania, encontra-se dentro deste espaço, a figura do professor. E para que o aluno entenda o que é conviver com democracia e ética, esta figura passa a ser um espelho, um modelo a ser seguido pelo aluno. Desta forma, o professor coloca-se numa posição de muito destaque dentro da turma e pode passar a ser alvo de críticas e também de reflexões sobre suas atitudes e seus conceitos.

Desta forma, a figura do professor passa a ser vista como um educador, um auxiliador na formação do caráter dos seus alunos e, como coloca HURTADO (1983, pg 77), esta influência deve ser no sentido de:

“... orientar vivências, sendo um elemento crítico e questionador de valores, o que lhe permitirá realizar muito mais no sentido de desenvolver o espírito crítico dos alunos, se souber aproveitar fatos e informações obtidos de outras fontes que não somente as da escola e, a partir deles, procurar auxiliá-los a estruturar sua personalidade."







CONCLUSÃO



Para falar em Educação como instrumento de ação reflexiva é preciso falar da importância da escola na Educação do cidadão. Importante porque é um instrumento que proporciona melhoria da condição social e humano, o ato educacional é uma das operações mais significativas, realizadas pelo ser humano e, no processo de manutenção da educação, é imprescindível que se reconheça que, a parceria entre a instituição escolar mostra-se multifacetada, intensamente carente de discussões e melhorias adequadas ao seu desenvolvimento.

Os indivíduos necessitam de conhecimento e reflexão sobre os processos de aquisição, sobre como filtrar melhor a informação que desejam principalmente neste novo contexto informacional onde a quantidade de informações tem aumentado a cada dia.

Se quisermos uma sociedade mais justa, solidária e humana, e é este o nosso objetivo, resta-nos investir na formação de alunos críticos, capazes de nortear sua vida, sua história, decidirem, discernir, participar e transformar o meio em que vive. Este processo requer não apenas investimentos financeiros, ainda que importantes, mas também dedicação, esforço e profissionalismo da parte da instituição de ensino e responsabilidade e consciência da parte dos alunos. Embora seja esta a constatação lógica do processo de formação, fica evidente, que apensar do profissionalismo, dedicação e esforço, o professor tem que “andar na contramão” de um sistema estruturado, que teima em manter “analfabetos intelectuais”, para que estes sejam apenas “massas manipuláveis”.

Sendo assim, o desafio de formar alunos críticos, torna-se mais agravante, principalmente quando há índices de indisciplina; que reflete a desmotivação, a desvalorização, o desleixo e a desconfiança no processo de aprendizagem de si e dos demais. Dessa forma, sugere-se que a escola sinta-se desafiada a repensar a prática pedagógica, considerando que os estudantes são crianças/adolescentes que apresentam características singulares e que se faz necessário manter um trabalho em parceria com as famílias, pois, se a escola deseja ter uma visão integral das experiências vividas pelos alunos, buscando desenvolver o prazer pelo conhecimento, é necessário reconhecer que deve desempenhar o bem-estar, englobando as diversas dimensões do ser humano.

Concluindo percebe-se que as questões mais intrigantes que se desenvolveu nesse artigo, como apresentarem formas atraentes da escola na formação do cidadão e por meio destas formar alunos críticos, é na verdade, uma questão de projeto político sustentável e socializado nas instituições de ensino, onde o objetivo deve ser trabalhado por todos. Quando há essa práxis, há simultaneamente a transformação humana, social e política. Isso não é mágica, nem tão pouco utopia, é tão somente consciência e trabalho em pró da vida de qualidade.





REFERÊNCIAS

BRASIL, Estatuto da criança e do adolescente – ECA. Brasília, Distrito Federal: Senado, 1990.

BRASIL. MEC – Coordenação de educação Infantil – DPEIEF/SEB – Revista CRIANÇA – do professor de educação infantil. Brasília, DF, nº 42, dez/2006.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, MEC/SEF, 1997.

DI SANTO, Joana Maria R. Centro de Referência Educacional – Consultoria e Assessoria em Educação. Disponível em: Acesso em outubro/2007.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 11.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.

HURTADO. J. O ensino da Educação Física: uma abordagem didática. 2a ed. Educa Editer: Curitiba, 1983



PARO, Vitor Henrique. Qualidade do ensino: a contribuição dos pais. [s.l.]: Xamã. 126 p.



TOSCANO, M. Introdução à sociologia educacional. Petrópolis: Vozes, 1999